Espirros, garganta arranhada, nariz entupido - todos sabem
os primeiros sinais de um resfriado, provavelmente a
doença conhecida de maior incidência. Embora o resfriado comum
seja geralmente leve, com sintomas durando uma ou duas
semanas, nos Estados Unidos ele é a principal causa de
visitas a médicos e faltas à escola e trabalho.
O
problema
Resfriados
são predominantes em crianças, e parecem estar
relacionados à relativa falta de resistência a
infecções nos mais jovens e ao contato com outras
crianças em creches e escolas. Crianças têm em torno de
10 resfriados ao ano. Em famílias com crianças na
escola, o número de resfriados por criança pode chegar a
12 por ano. Os adultos têm em média de dois a quatro
resfriados por ano, embora essa faixa varie muito.
Mulheres, especialmente entre os 20 e 30 anos de idade,
têm mais resfriados do que os homens, provavelmente por
causa do contato mais próximo com crianças. Na média,
pessoas com mais de 60 anos têm menos de um resfriado por
ano.
O impacto econômico do resfriado comum é enorme. O National Center for Health Statistics (NCHS)
estima que, em 1996, 62 milhões casos de resfriado comum
nos Estados Unidos precisaram de atenção médica ou
resultaram em restrição de atividades. Em 1996,
resfriados causaram 45 milhões de dias de restrição de atividades
e 22 milhões de dias perdidos em escolas, de
acordo com a NCHS.
As causas do resfriado
Os
vírus. Mais de 200 vírus diferentes são conhecidos por
causar os sintomas do resfriado comum. Alguns, como rhinovirus,
raramente produzem doença séria. Outros, como parainfluenza
e vírus respiratório sincicial, produzem infecções
leves em adultos, mas podem precipitar infecções
respiratórias severas em crianças pequenas. Estima-se
que o rhinovirus
(do grego rhin, significando "nariz") cause de 30 a 35% de todos os resfriados
em adultos, e são mais ativos no começo do Outono,
Primavera e Verão. Mais de 110 tipos distintos de rhinovirus
foram identificados. Esses agentes desenvolvem-se melhor
em 33 graus Celsius,
a temperatura da mucosa nasal humana.
Acredita-se
que coronavirus são responsáveis por uma grande porcentagem
de todos os resfriados em adultos. Eles causam resfriados
principalmente no Inverno e começo da Primavera. Das mais
de 30 linhagens isoladas, 3 ou 4 infectam humanos. A
importância do coronavirus como agente infeccioso é
difícil de verificar porque, diferente do
rhinovirus, eles são
difíceis de desenvolver em laboratório.
Aproximadamente de 10 a 15% dos resfriados em adultos são
causados por vírus que também são responsáveis por
outras doenças mais severas: adenovirus, coxsackievirus, echovirus,
orthomyxovirus (incluindo vírus Influenza A e B),
paramyxovirus (incluindo vários vírus parainfluenza), vírus respiratório sincicial
e enterovirus.
A
causa de 30 a 50% dos resfriados em adultos,
presumidamente viral, permanece sem ser identificada. Os
mesmos vírus que produzem resfriados em adultos parecem
causar a doença em crianças também. A importância relativa
dos muitos vírus em resfriados pediátricos, porém,
ainda não é clara por causa da dificuldade em isolar a
causa precisa dos sintomas em estudos de crianças com
resfriado.
A
temperatura fria causa resfriado? Embora muitas
pessoas estejam convictas que o resfriado é resultante de
exposição ao frio, a National Institutes of Allergy and Infections Diseases
garante que isso tem pouco ou nenhum efeito na
desenvolvimento ou severidade do resfriado. Tão pouco, a
susceptibilidade aparenta não estar relacionada a fatores
como exercício físico, dieta ou amídala expandida ou
adenóide. Por outro lado, pesquisas sugerem que fatores
como estresse psciológico, desordens alérgicas que
afetam as passagens nasais ou a faringe, e ciclo
menstrual, podem tem impacto na susceptibilidade das
pessoas a resfriados.
Sintomas do resfriado
Sintomas do resfriado comum geralmente começam dois ou
três dias depois da infecção e costumam incluir
escorrimento nasal, obstrução da respiração nasal,
inchaço das membranas do sinus, espirros, garganta
irritada, tosse e dor de cabeça. A febre geralmente é
leve, mas pode subir a 38 graus em crianças. Os sintomas
do resfriado podem durar por de 2 a 14 dias, porém 2/3
das pessoas recuperam-se em uma semana. Caso os sintomas
ocorram com freqüência, ou persistam por mais de duas
semanas, podem ser resultado de uma alergia ao invés de
resfriado.
Resfriados
ocasionalmente levam a infecções bacterianas
secundárias no ouvido médio e sinusite, requerendo
tratamento com
antibióticos. Febre alta, glândulas
significativamente inchadas, dor forte na face decorrente
da sinusite e tosse que produz muco, podem indicar uma
complicação ou doença mais séria que precisa de
atenção médica.
Como
os vírus de resfriado causam a doença
Vírus causam infecção ao sobrepujar o complexo sistema
de defesa do organismo. A primeira linha de defesa do
corpo é o muco, produzido pelas membranas no nariz e
garganta. Muco captura o material que inalamos: pólen,
poeira, bactérias e vírus. Quando um vírus penetra o
muco e entra numa célula, ele comanda o máquina de
produção de proteína para fazer um novo vírus, o qual,
por sua vez, ataca as células vizinhas.
Sintomas
do resfriado: o primeiro ataque do corpo. Os sintomas
do resfriado são provavelmente os resultados da resposta
do sistema imunológico à invasão viral. Células
infectadas por vírus no nariz enviam sinais que recrutam
células brancas especializadas para o local da
infecção. Por sua vez, essas células emitem uma gama de
químicos do sistema imunológico,
os quais provavelmente levam aos sintomas do resfriado ao
causar inchaço e inflamação das membranas nasais,
vazamento de proteínas e fluidos dos capilares e vasos
linfáticos, e elevação da produção de muco.
Como
o resfriado é disseminado
Dependendo do tipo do vírus, qualquer um ou todos os
caminhos abaixo podem disseminar o resfriado:
-
Tocar
nas secreções respiratórias infecciosas na pele e
em superfícies no ambiente, e então tocar nos olhos
ou nariz.
-
Inalar
partículas relativamente grandes das secreções
respiratórias transportadas pelo ar.
-
Inalar
gotas de Pflugge: partículas infecciosas menores
suspensas no ar por períodos de tempo mais longos.
Pesquisa
sobre a transmissão do rhinovirus.
Muita da pesquisa sobre a transmissão do resfriado comum
tem sido feita com rhinovirus,
o qual é encontrado em maiores concentrações nas
secreções nasais. Estudos sugerem que uma pessoa está
mais propensa a transmitir o rhinovirus
do segundo ao quarto dia de infecção quando a quantidade
de vírus na secreção nasal é maior. Pesquisas também
têm mostrado que o uso de aspirina para tratar resfriado
aumenta a quantidade de vírus eliminado nas secreções
nasais, o que possivelmente faz a pessoa com resfriado
mais perigosa para os outros.
Prevenção
de resfriados
Lavar as mãos é a forma mais simples e eficiente de não
contrair resfriado pelo
rhinovirus. Não tocar no nariz e olhos é outra.
Indivíduos com resfriado sempre devem espirrar ou tossir
em lenços descartáveis e depois jogá-los fora. Se
possível, deve-se evitar exposição próxima e
prolongada a pessoas resfriadas.
Uma
vez que o rhinovirus
pode sobreviver até 3 horas fora das passagens nasais
sobre objetos e pele, limpar as superfícies do ambiente
com desinfetantes que matam vírus poderia ajudar a
prevenir o alastramento da infecção.
Uma
vacina para resfriados? O desenvolvimento de uma vacina
que poderia prevenir o resfriado comum alcançou um
impasse devido à descoberta de muitos vírus de resfriado
diferentes. Cada vírus carrega seus próprios antígenos
específicos, substâncias que induzem a formação de
proteínas protetoras específicas (anticorpos) produzidas
pelo corpo. Até que seja encontrado um meio de combinar
muitos antígenos virais em uma vacina, ou de aproveitar as
relações cruzadas que existem entre os antígenos, a
probabilidade de uma vacina é remota. Evidência que
mudanças acontecem nos antígenos dos vírus do resfriado
comum também complica o desenvolvimento de uma vacina.
Tais mudanças ocorrem em alguns antígenos do vírus
influenza o que torna necessário alterar a vacina cada
ano.
Tratamento de resfriados
Apenas o tratamento dos sintomas está disponível para
casos de resfriado sem complicações: descanso na cama,
ingestão de muito líquido, gargarejo com água quente
com sal, e aspirina ou acetaminofeno para aliviar a dor de
cabeça ou febre.
Uma
nota de cautela: vários estudos têm relacionado o uso de
aspirina ao desenvolvimento da Síndrome de Reye em
crianças recuperando de influenza ou catapora. Síndrome
de Reye é uma doença rara, porém séria, que geralmente
acontece em crianças entre as idades de 3 a 12 anos. Ela
pode afetar todos os órgãos do organismo, mas geralmente
lesiona o cérebro e fígado. Ainda que a maioria das
crianças sobrevivam à Síndrome
de Reye sem sofrer quaisquer conseqüências duradouras,
a doença pode levar à lesão permanente do cérebro ou
morte. A
American Academy of Pediatrics recomenda não dar aspirina, ou qualquer medicamento contento aspirina,
a crianças e adolescentes
quando tiverem uma doenças causada por vírus,
particularmente catapora e influenza.
Muitos médicos somente recomendam esses medicamentos para serem
usados em adultos com resfriado quando há dor de
cabeça ou febre. Porém, pesquisadores tem descoberto que
aspirina e acetaminofeno podem suprimir certas respostas
imunológicas e aumentar o entupimento nasal em adultos.
Remédios
sem prescrição médica para resfriados, incluindo
descongestionantes e supressores de tosse, podem aliviar
alguns dos sintomas do resfriado mão não irão prevenir,
curar ou mesmo diminuir a duração da doença. Ainda
mais, a maioria tem efeitos colaterais como sonolência,
tonteira, insônia e transtornos intestinais, e por isso
devem ser tomados com cuidado.
Anti-histaminas sem prescrição médica podem ter algum
efeito em aliviar as respostas inflamatórias, como nariz
escorrendo e olhos lacrimejando, que são comumente
associados a resfriados.
Antibióticos
não matam vírus. Esses medicamentos sob prescrição
médica apenas devem ser usados para complicações raras
por bactérias, como sinusite ou infecção no ouvido, que
podem se desenvolver como infecções secundárias. Os uso
de antibióticos "somente por precaução" não
irá prevenir infecções bacterianas secundárias.
A vitamina C tem importância em relação a resfriados?
Muitas pessoas estão convencidas que ingerir grandes
quantidades de vitamina C irá
prevenir resfriados e aliviar os sintomas. Para testar
essa teoria, foram conduzidos vários estudos controlados
de larga escala em crianças e adultos. Até o momento,
nenhum dado conclusivo tem mostrado que grandes
quantidades de vitamina C previnam resfriados. A vitamina
poderia reduzir a severidade e duração dos sintomas,
porém não há evidência definitiva.
Tomar grande quantidade de vitamina C por longo período
de tempo pode ser perigoso. Muita vitamina C pode causar diarréia, um perigo especialmente para idosos e crianças
pequenas. Além disso, muita vitamina C distorce os
resultados de testes comumente usados para medir a
quantidade de glicose na urina e sangue. A combinação de
medicamentos orais anticoagulantes e quantidade excessiva
de vitamina C pode produzir resultados anormais em testes
de coagulação sangüínea.
A inalação de vapor tem sido proposta como tratamento
para resfriados na suposição de que elevar a
temperatura dentro do nariz inibiria a replicação do rhinovirus.
Estudos recentes mostraram que esse procedimento não tem
efeito sobre os sintomas ou quantidade de vírus em
indivíduos com resfriados por rhinovirus. Porém, a
inalação de vapor pode aliviar temporariamente os
sintomas de congestionamento associados ao resfriado.
Interferon-alfa
tem sido estudado extensivamente para o tratamento do
resfriado comum. Investigações têm mostrado que interferon,
dado em doses diárias via spray nasal, pode prevenir a
infecção e doença. Porém, interferon causa efeitos
colaterais inaceitáveis como hemorragia nasal e não
parece ser útil ao tratar resfriados já estabelecidos. A
maioria das pesquisas sobre resfriados está concentrada
em outros métodos para combater os vírus de resfriados.
A
perspectiva
Graças
a pesquisas, os cientistas sabem mais sobre o rhinovirus
do que praticamente qualquer outro vírus, e tem novas
ferramentas poderosas para desenvolver medicamentos
antivirais. Embora o resfriado comum possa nunca ser
incomum, investigações adicionais oferecem a esperança
de reduzir o grande peso desse problema universal.
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