Resposta do
Professor Luis Tavares
Com toda sinceridade, em meu ponto de vista, não há nenhum benefícios em
correr descalço pelo contrário, há ganhos de problemas.
Quando se corre, o atleta exerce uma força e peso muito grande em seu impacto no solo que as vezes equivale a cinco vezes o seu peso. Se
você não tiver uma proteção de amortecimento no calcâneo poderá se lesionar gravemente na parte óssea. Em função disso que cada vez mais as empresas de
tênis de corrida investem milhões em tecnologia, proporcionando maior conforto e segurança aos corredores, se preocupando principalmente no solado dando ao atleta maior eficácia no sistema de amortecimento.
Se não é aconselhável correr descalço por que tem pessoas que o fazem? Geralmente essas pessoas geralmente de famílias humildes, moram em Cidades distantes de Capitais e nem sempre tem acesso a esse tipo de materiais e começam a pratica do atletismo descalço mesmo e acabam acostumando. Essas pessoas em função de muitos anos treinando descalço desenvolvem uma calosidade da pele na altura do calcâneo deixando a região mais grossa e protegendo dos altos impactos. Com tantos anos treinando dessa forma, dificilmente essas pessoas conseguem se adaptar a um tênis no futuro. Outro problema gerado é a diminuição do tempo dentro do atletismo, ou seja a sua carreira diminui drasticamente, é raro ver uma corredora descalça com mais de 10 anos de
atletismo.
Professor Luis Tavares
Telefone: (11)3159-8456 - e-mail: e.c.tavares@uol.com.br
site: https://www.ectavares.com.br
Resposta do
Professor Carlos Gomes Ventura
O mundo do atletismo assistiu nas ultimas seis décadas alguns atletas obtendo resultado de expressão correndo descalços. Para exemplificar vimos
Abebe Bilikila, Zola Buld e alguns atletas brasileiros.
O fundamental no desempenho de um corredor é a segurança e conforto que ele deve proporcionar ao seu corpo e a performance a ser obtida.
Correr descalço já significou marketing pessoal para alguns atletas, entretanto devemos lembrar que os avanços tecnológicos e a espiral ascendente do treinamento esportivo fazem com que a saúde seja vista como prioridade.
Existem atletas que não correm descalços mas usam sapatilhas com tanta inferioridade técnica que seria o mesmo que correr descalço. Usar sapatilhas adequadas é tão importante para um atleta como botas especiais para um alpinista.
A falta de educação esportiva e de orientação técnica que temos neste grande leque, da atividade esportiva faz com que alguns técnicos, professores, orientadores, leigos ao receberem um atleta, como na maioria das vezes de pouco poder aquisitivo não batam na tecla da necessidade de uma sapatilha adequada ao seu peso, sua altura, sua prova, sua pisada e sua
mecânica de corrida.
Longe de mim, divulgar marcas de tênis, sapatilhas que poderiam ser usadas, entretanto as empresas que atuam no mercado tem uma grande preocupação com a segurança da pessoa que corre, tanto um atleta de alta performance como um senhor obeso que faz caminhadas.
No meu
entender, faz-se necessário orientarmos nossos corredores para que, usem calçados adequados da mesma maneira que um cirurgião usa luvas cirúrgicas na sua atividade.
O uso de um calçado adequado promove um bem estar físico e emocional para o desempenho positivo do corredor.Não existe, no meu conceito, nenhum beneficio em correr descalço, o que pode existir é um maior número de pacientes para o médico
esportivo.
Carlos Gomes Ventura
Telefone: (11)3686-5384 - blog: carlosventura8085.blogspot.com - e-mail: cgventura@uol.com.br
Livro
Manual do Corredor - A Grande Pirâmide
Carlos
Ventura é um dos treinadores brasileiros de maior sucesso. Em seu novo livro, Carlão responde às indagações mais comuns entre nós
corredores. A sabedoria de décadas de experiência do Carlão são passadas de forma simples e clara para corredores de todos os níveis de performance.
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Resposta do treinador
Nilson Duarte Monteiro
Há, mas depende da superfície em que se corre e a intensidade. Então vejamos.
Vamos começar pelos malefícios de se correr descalço. Os malefícios são muitos, ou seja, pode provocar
problemas na coluna
vertebral, nas articulações dos membros inferiores, além da história que eu contei no meu projeto de livro.
Em 1971, meu irmão Gilson inventou que faríamos um percurso de cross-country, e iríamos correr sem rumo e até cansar. Pois bem, o percurso era totalmente dentro do mato, não tinha estrada, só trilhas. Saímos de casa e 1.000m depois, já tivemos que pular uma cerca para entrar numa fazenda e começar nossa aventura. Meu irmão e eu já conhecíamos aquelas trilhas, pois, passávamos constantemente por ali para ir tomar banho numa lagoa que tinha dentro da fazenda. Anos depois, vi o risco que corri tomando banho naquela lagoa, além do fundo dela ser de lama grossa que poderia prender uma pessoa adulta e afoga-la, ela era infestada de caramujos transmissores da esquistossomose. Já tínhamos corrido cerca de 50 minutos, quando senti uma dor lancinante no pé, havia pisado numa tábua com um prego. A pisada foi tão forte que o prego varou o meu pé de um lado ao outro. Furou o solado do Conga (tênis), saindo no meio do peito do pé. Cai no chão de tanta dor, era um pregão todo enferrujado,.e eu ali deitado com aquela tábua grudada no meu pé. Meu irmão vendo aquilo, veio todo solicito querendo ajudar, mas tinha uma expressão sádica no rosto;
- Fica deitado que vou puxar a tábua.
- Ficou maluco, isso vai doer para burro.
- Calma Ninho (meu apelido na época), vai doer sim, mas como você vai chegar em casa com esse prego espetado no pé?
Infelizmente ele tinha razão, a tábua era grande demais para eu tentar ir para casa com ela grudada no pé. As trilhas por onde nós passamos eram muito estreitas para ir arrastando aquela tábua, e além do que, a dor seria impossível de suportar. Depois de meia hora discutindo como ele puxaria a maldita tábua, tomei coragem, deitei-me no chão da trilha, apoiei o outro pé numa árvore e ele puxou, mas o prego estava bem fincado no meu pé, que foi preciso três puxões até ele sair. Meu irmão executou aquela tarefa com um ar de felicidade, que chegou a soltar uma risada histérica. Me deu vontade de matar aquele moleque sádico.
Quando finalmente cheguei em casa, após mais de duas horas de caminhada (caminhar é força de expressão), fui saltando num pé só como saci. Minha mãe me levou à farmácia e pediu ao Seu Zé (o farmacêutico), que me aplicasse uma injeção contra tétano. Seu Zé deu uma risada e disse;
- Para quê Olinda (minha mãe), esses seus filhos já estão imunizados para o resto da vida. Eles são tão comportados que quase toda semana eles tomam vacina contra tétano.
Contei esse caso, para tentar mostrar o perigo que é correr em percursos desconhecidos, além do perigo de ocorrer o que aconteceu comigo, há o perigo de se pisar numa cobra, ou ser atacado por um animal selvagem. Outro perigo, é os treinamentos realizados à noite em percursos poucos iluminados, há o perigo de pisarmos num buraco pouco visível e torcer o pé. O recomendado para esses treinos silvestre, é que eles sejam praticados em percursos curtos com várias voltas, pois assim, ficamos perto de algum socorro. Isso aconteceu eu estando calçado, imaginem se estivesse descalço.
As vantagens de ser descalço, só ocorre quando você está trotando depois do treino estafante, numa gramado, na areia, pois massageiam os pés, nunca trote no asfalto, cimento, ou em qualquer superfície dura, elas machucam a musculatura e às articulações.
É isso, só nesses casos que correr descalço é recomendável.
Bons treinos.
Nilson Duarte Monteiro
- e-mail: nilsondm@uol.com.br
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