Corredores de rua e pista de atletismo?

Pergunta: Corredores de rua devem treinar na pista de atletismo?

Resposta do Professor Luis Tavares

Cada treinador tem a sua filosofia de trabalho, uns acham fundamental treinar em pista, outros não.

Eu já considero importante atletas treinarem dentro das situações de suas especialidades , ou seja se for corredor de rua que faça trabalhos específicos na rua como tiros e longos, se for corredor de pista que faça tudo em pista.

Alem do mais considero que treinando em pista de atletismo, o corredor está sujeito a sofrer contusões com mais facilidade, pelo fato de ser um piso mais veloz do que treinar em asfalto, fazendo com que o atleta corra muito forte , e propenso a sofrer um estiramento.

Eu já prefiro diversificar ao Maximo o treinamento com trabalhos de tiros em rampas, bosques, asfalto am aclive e declive etc, pois as opções são inúmeras ao invés de se prender na pista de atletismo.

Professor Luis Tavares
Telefone: (11)3159-8456 - e-mail: e.c.tavares@uol.com.br 
site: https://www.ectavares.com.br

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Resposta do treinador Nilson Duarte Monteiro

Sim e não. Deixa eu explicar:

Se formos falar de corredores de elite, ele deve sim treinar em pista, como o começo de sua carreira deve ser totalmente voltado para as provas de pista. As provas de rua deverão ser o final de suas carreiras, quando não conseguirem melhorar mais suas performances em pista, aí ele estará pronto para as provas de rua.

No Brasil nunca tivemos tradição em provas de fundo na pista, pelo simples fato de não haver investimentos nesse tipo de prova. A evolução natural de um corredor de longa distância é passar mais da primeira metade de sua carreira nesse tipo de prova, pois quando ele passar a se dedicar às provas de rua, seu desempenho será muito melhor do que se ele começasse direto na rua.

Já o corredores amadores, no meu ponto de vista, não vejo necessidade de treinamentos em pista, basta um a dois fartleks por semana já estará de bom tamanho a preparação. Até mesmo os corredores de rua de elite não vejo necessidade de treinamentos em pista. Vocês podem estar pensando nas contradições das minhas palavras, mas é como eu disse antes, se o atleta não se dedica as provas de pista; para que o treino na pista? Treinamento em pista serve para apurar os ritmos que serão empregado em provas desse gênero, para se correr em rua basta fazer ritmo de prova na própria rua, não precisa ficar sacrificando as articulações do joelhos na pista.

É isso, pista é para quem compete nela, corredor de rua não precisa dela.

Bons treinos.
Nilson Duarte Monteiro - e-mail: nilsondm@uol.com.br 


Resposta do Professor Carlos Gomes Ventura

É necessário e fundamental que corredores de rua habituem-se a treinamentos em pistas de atletismo.

Hoje existe um decréscimo muito grande nas performances dos corredores de fundo quando da participação em provas de pista e rua.

Trabalhando muitos anos com corredores de longas distâncias como Adauto, Ferreira, Amílcar, Da Silva, Diamantino, Ana Claudia, Marina, Angélica e mais de uma dezena de atletas, constatei que os melhores resultados de rua estavam acoplados ao trabalho feito em pista.

Levemos em conta que o meu melhor corredor de rua, Jose João da Silva, com mais de cinco podiuns na São Silvestre, manteve durante dezessete anos o recorde brasileiro dos 5.000 e 10.000 metros rasos em pista e concomitantemente vencendo provas de rua devido ao trabalho de ritmo, correção de defeitos, educativos de corrida e melhora da velocidade, pois a pista fornece parâmetros para que o técnico possa analisar os pontos positivos e negativos da mecânica do fundista.

Ganhei duas São Silvestres no sprint, ganhei a Meia Maratona de Milão com o Diamantino no sprint sobre Paneta (Campeão Mundial), obtive recordes brasileiros em Firenze, Santiago, Buenos Aires, São Paulo no sprint. Nosso trabalho independentemente de percursos, corridas longas, terrenos variados ou acidentados em nenhum momento foi deixado de lado o trabalho em pista. Sigo sempre as teorias e práticas da escola italiana de atletismo que revelou para o mundo Tanui, Tergat entre outros, trabalhando também estes fundistas em pista.

Verificamos hoje, por exemplo, um Troféu Brasil, onde a participação dos fundistas é mínima, pois invariavelmente naquele mesmo horários esta acontecendo uma prova de rua, os atletas vão atrás de uma premiação, às vezes insignificantes, e deixam de lado a possibilidade de uma melhora técnica competindo em uma pista.

É importante orientarmos nossos técnicos que alguns dólares a menos podem garantir uma performance de uma representatividade maior, fazendo da pista um instrumento para solidificação da base da pirâmide.

Carlos Gomes Ventura
Telefone: (11)3686-5384 - blog: carlosventura8085.blogspot.com - e-mail: cgventura@uol.com.br

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