O que é uma lesão medular
A lesão medular é geralmente decorrente de golpe súbito na coluna espinhal, que a fratura ou desloca suas vértebras e lesiona a medula espinhal. A medula espinhal é um feixe que é extensão do sistema nervoso central do cérebro para o resto do corpo. É através da medula espinhal que ocorre a transmissão de estímulos entre o cérebro e o corpo.
Em uma lesão medular, axônios na medula espinhal são destruídos. Os axônios transportam sinais pela medula espinhal entre o corpo e o cérebro. Uma vez que a medula espinhal agem como o caminho principal de informações entre o cérebro e resto do corpo, uma lesão medular pode ter conseqüências fisiológicas significativas. Ainda que algumas lesões medulares possam ser praticamente recuperadas, outras resultam em tetraplegia, paraplegia e até a morte.
Pesquisas e avanços para reabilitação e tratamento de lesão medular
Os avanços nas pesquisas clínicas, especialmente na compreensão dos tipos de reabilitação física que
funcionam melhor para restaurar função, estão dando esperanças a pacientes com lesão medular. Algumas técnicas mais promissoras estão ajudando pacientes que sofreram lesão medular a ficarem mais móveis.
Restauração da função em pacientes com lesão medular através de próteses e interfaces computadorizadas.
Bio-engenheiros estão trabalhando para na restauração de conexões funcionais através de sistemas de modelos computacionais avançados e próteses neurais. Eles estão pesquisando para descobrir formas de integrar aparelhos que poderiam tornar móveis os membros paralisados em decorrência de lesão medular.
Um sistema funcional de estimulação elétrica é um exemplo dessas pesquisas inovadoras. Esse sistema usa estimulações elétricas para controlar músculos nas pernas e braços a fim de encorajar caminhada funcional e estimular os braços a alcançar e pegar coisas. Eletrodos são colocados na pele sobre nervos ou implantados cirurgicamente e então controlados por um sistema computacional sob o comando do usuário. Através de uma interface de computador a pessoa com lesão medular pode, por exemplo, fechar as mãos e movimentar os braços ao encolher o ombro oposto.
Esses sistemas são importantes não somente para restaurar movimentos, mas também para ajudar o paciente com lesão medular a exercitar os sistemas musculares paralisados, o que dá benefícios cardiovasculares significativos. Até o momento, poucas pessoas utilizam esses sistemas porque os movimentos são muito robóticos e requerem extensiva cirurgia e colocação de eletrodos, além dos sistemas de interfaces computorizadas ainda serem limitados. Bio-engenheiros estão trabalhando para desenvolver interfaces mais naturais.
No futuro, pesquisadores esperam que interfaces cérebro-máquina possam ser implantadas diretamente no cérebro usando microchips que fariam o processamento e transmitiriam os resultados sem fios.
Recuperar os geradores de padrão central em pacientes com lesão medular
Cientistas sabem há anos que a medula espinhal de animais contém redes de neurônios chamadas geradores de padrão central que produzem flexão e extensão rítmica dos músculos usados para caminhar. Porém,
acredita-se a o andar bípede humano seja mais dependente do controle voluntário do que da ativação de geradores de padrão central. Entretanto, pesquisas atuais estão mostrando que essas redes podem ser recuperadas depois de lesão medular para
ajudar a restaurar mobilidade limitada nas pernas.
Aliviar a pressão em pacientes com lesão medular através de cirurgia
O tempo certo para realização de descompressão cirúrgica (aliviar a pressão na medula espinhal decorrente das vértebras ou discos fraturados e deslocados) é um tópico controverso. Pesquisas são necessárias para determinar se os benefícios de intervenção cirúrgica precoce superam os riscos.
Tratamento da dor em pacientes com lesão medular
Em torno de 2/3 das pessoas com lesão medular reportam dor, e em 1/3 dessas a dor é severa. Apesar disso, tanto o diagnóstico quanto o tratamento do dor após lesão medular ainda permanecem um desafio clínico. Pesquisadores estão estudando novos métodos para o tratamento da dor em pacientes com lesão medular.
Controle da espasticidade em paciente com lesão medular
Os mecanismos da espasticidade muscular depois de lesão medular ainda não são completamente compreendidos. Estudos recentes indicam que a perda de vias descendentes específicas de axônios provavelmente causa a super-reação de neurônios motores.
Controle da bexiga em pacientes com lesão medular
Uma promissora área de pesquisa sobre tratamento de disfunções de controle da bexiga em pacientes com lesão medular envolve o uso de estimulação elétrica e neuro-modulação. Pesquisadores esperam que essas novas técnicas possam no futuro substituir o tratamento atual que é um procedimento cirúrgico.
Compreensão das alterações nas funções reprodutivas em pacientes com lesão medular
A contagem de espermas em homens com lesão medular pode ser alterada ou não, porém a motilidade do esperma geralmente é afetada. Estudos preliminares mostram que o sêmen de homens com lesão medular contém níveis anormalmente altos de leucócitos, o que parece ter impacto negativo na motilidade do esperma.
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