Qualquer um que já tenha comprado um bilhete de loteria ou ido ao bingo já
experimentou jogos de azar. Os jogos de azar são qualquer jogo no qual há chance de ganhar dinheiro. Eles são comuns em todo o mundo. Muitas pessoas apreciam jogos de azar como uma recreação,
sem isso causar muitos problemas. Porém, outras não conseguem controlar o impulso de jogar, mesmo que isso traga consequências terríveis.
Pesquisadores têm feito progressos no estudo do vício em jogos de azar. Eles estão aprendendo por que algumas pessoas têm problema com jogos de azar, o quanto
isso é comum, o que passa na cabeça do jogador, quem está sob risco e tipos de tratamento que podem ajudar.
Problema com jogos de azar é definido por alguns pesquisadores como o jogo que causa mal ao jogador, apesar do seu desejo
em parar. Entre 2% e 4% dos norte-americanos estão nessa condição. Problema com jogos de azar pode evoluir para um diagnóstico psiquiátrico chamado jogo patológico, popularmente conhecido como vício em jogos de azar.
Jogo patológico afeta entre 0,4% a 2,0% dos norte-americanos. “Jogo patológico vem com uma constelação de problemas que contribuem para o caos”, diz Dr. Donald Black da Universidade de Iowa. “Jogo patológico está associado com piora na saúde física, fumo, bebida,
sedentarismo, negligência de cuidados médicos e má saúde bucal. Ele também alimenta depressão, problemas familiares, crimes, falência e suicídio”.
Ainda assim, jogos de azar são frequentemente realizados em ambientes familiares, tolerados ou encorajados pelos pais. E quanto mais cedo a pessoa começa, maiores serão as chances de ter problemas mais tarde. De 3% a 8% dos adolescentes têm problema com jogos de azar.
Dr. John Welte, da Universidade de Buffalo, descobriu que ao longo da vida os problemas com jogos de azar são ainda mais comuns do que a
dependência
ao álcool. Vício em jogos de azar é bem mais frequente em homens, jovens e pessoas de bairros mais pobres.
Mas por que jogos de azar são irresistíveis para alguns e não para outros? Usando técnicas avançadas de imagens, Dr. Alexander Neumeister da Mount Sinai School of Medicine examinou o cérebro de pessoas com problema com jogos e com
alcoolismo. Ele mediu a quantidade de receptores especiais envolvidos no controle do impulso e outros fatores.
“Uma característica chave do vício é fraqueza no controle dos impulsos”, diz Dr. Neumeister. “Funcionamento anormal da parte frontal do cérebro ocasiona diminuição na tolerância
a esperar”. A impaciência resultante pode fazer a pessoa agir sem considerar as consequências. “Nossas imagens apontam claramente a importância para o vício da função prejudicada da parte frontal cerebral”.
Analisando as áreas do centro de recompensa do cérebro, a equipe do Dr. Neumeister descobriu que
pessoas com dependência ao álcool e problemas com jogos de azar mostravam funcionamento diferente desses receptores especiais comparados às pessoas saudáveis. Essas diferenças eram relacionadas à gravidade do vício. Outros pesquisadores estão tentando desenvolver medicamentos que poderiam tratar as áreas afetadas.
Psicoterapia também pode ajudar as pessoas com problemas com jogos de azar. Dra. Nancy Petry da Universidade de Connecticut trabalha com jogadores patológicos e pessoas que procuram tratamento para vício em drogas. Problemas com jogos de azar aparecem em torno de 10% a 20% das pessoas viciadas em drogas. Dra. Petry comparou a utilização de tipos diferentes de psicoterapias, incluindo intervenções breves e terapia cognitivo-comportamental. A terapia cognitivo-comportamental ensina as pessoas a pensarem de forma diferente sobre os problemas e agir de acordo com esse conhecimento. “Descobrimos que intervenções muito breves e terapia cognitivo-comportamental foram eficientes na redução dos problemas com jogos de azar”, diz Dra. Petry.
Qualquer um pode ter problema com jogos de azar, e ninguém deve sentir vergonha ou medo de procurar tratamento. “Jogo patológico é um transtorno médico, não um pecado ou desvio de caráter”, diz Dr. Carlos Blanco da Universidade de Columbia e Instituto Psiquiátrico do Estado de Nova York. “Não há estereótipos, o principal fator para o sucesso no tratamento é a motivação”.
Em outras palavras, o que mais importa é a vontade de se livrar do problema com jogos de azar. Dr. Blanco oferece intervenções para elevar a motivação, o que ajuda os pacientes a explorarem os sentimentos mistos sobre a tentativa de largar os jogos de azar. Isso faz com que os pacientes estejam prontos e querendo começar a terapia cognitivo-comportamental. Usar ambas as terapias em conjunto podem ser muito eficiente.
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Créditos:
Tradução: copyright © 2016 por Helio Augusto Ferreira Fontes
Texto: NIH – National Institutes of Health
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