Esta é uma das clássicas
provas olímpicas, já que foi disputada desde primeira Olimpíada
em Atenas-1896. Nesta ocasião o vencedor foi o australiano
Edwin Flack com 2:11.0.
Deste
então, os 800m foram dominados por americanos e britânicos que
se alternaram como vencedores da medalha de ouro. Isto até a
Olimpíada de 1960, em Roma, aonde o neozelandês Peter Snell
quebrou a hegemonia anglo-americana vencendo em 1:46.3. O grande
Snell, treinado pela legenda Arthur Lydiard, ainda repetiria a
façanha em Tóquio-1964 conquistando o ouro em 1:45.1.
Em
1976, a primeira vitória de um atleta de um país de língua não
inglesa. O cubano Alberto Juantoreana, o cavalo, venceu os 400m
(44:26) e os 800m (1:43:50) na Olimpíada de Montreal.
A
partir do final da década de 70 o domínio das provas de
meio-fundo voltaria para os britânicos com as disputas entre
Sebastian Coe e Steven Ovett. Em Moscou os dois atletas estavam
no auge e, para o prazer dos amantes do esporte, a Grã-Bretanha
não aderiu ao boicote americano dando-nos a oportunidade de
apreciar os duelos entre estes grandes corredores.
Nos
800m, Steve Ovett levou a melhor vencendo em 1:45.4, ficando Coe
em segundo com 1:45.9. Nesta prova o grande meio-fundista
brasileiro Agberto Guimarães ficou na quarta colocação em
1:46.2, perdendo a medalha de bronze para o soviético Nicolai
Kirov que marcou 1:46.0. Estava começando aí o período de
ouro do atletismo brasileiro nesta distância que iria até
1996. Já nos 1.500m, Coe deu o troco em seu compatriota e
venceu em 3:38.4, Ovett ficou em terceiro em 3:39.0 ficando atrás
do alemão Jürgen Starub que marcou 3:38.4
A
Olimpíada seguinte seria o momento mais glorioso do meio-fundo
brasileiro. O Brasil contava com três grandes atletas para
tentar o ouro nos 800m : Joaquim Cruz, Zequinha Barbosa e
Agberto Guimarães. Zequinha e Agberto ficaram na semi-final com
os tempos de 1:48.70 e 1:46.60 respectivamente. Na final,
Joaquim Cruz derrotou Sebastian Coe marcando recorde olímpico
com 1:43.00. Este foi o maior momento do Brasil nesta Olimpíada.
Coe, que ficou em segundo nos 800m com 1:43.64, venceria ainda
os 1.500m - também com recorde olímpico - em 3:32.53.
Em
1988, na cidade de Seul, os meio-fundistas estavam no auge
chegando Zequinha, Joaquim e Agberto na grande final dos 800m.
Joaquim Cruz, o favorito, foi superado na reta final pelo
queniano Paul Ereng, que marcou 1:43.45, ficando com a prata no
tempo de 1:43.90. Em terceiro veia a estrela marroquina Said
Aouita com o tempo de 1:44.06. Zequinha ficou em sexto lugar com
1:46.39 e Agberto em vigésimo quarto com 1:48.29. Zequinha
ainda chegaria à final dos 1.500m ficando na 33a colocação
com o tempo de 3:44.46 em prova vencida por Peter Rono do Quênia
em 3:35.96.
Em
Barcelona, 1992, sem Joaquim Cruz, a grande esperança
brasileira nos 800m foi Zequinha Barbosa que estava no auge da
sua carreira. Ele conseguiu a quarta colocação com 1:45.06. O
vencedor foi o queniano Willian Tanui em 1:43.66.
Fonte
: De Atenas a Atlanta, Maurício Cardoso, Ed. Página Aberta,
1996.
Não
deixe de conferir também a história de
Joaquim Cruz e as entrevistas com
Joaquim Cruz e Zequinha Barbosa.
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