Hipoglicemia é o termo médico que refere-se ao
estado patológico produzido pela quantidade de açúcar
(glicose) no sangue
menor que a normal. A hipoglicemia pode ocasionar uma variedade de sintomas e
efeitos, mas os principais problemas surgem de um suprimento inadequado de
glicose como combustível para o cérebro resultando em seu funcionamento
prejudicado (neuroglicemia).
Problemas de funcionamento do cérebro podem variar
desde vago "sentir-se mal" até coma, e (raramente) dano cerebral
permanente ou morte. Hipoglicemia pode surgir de várias causas e ocorrer em
qualquer idade. As formas mais comuns de hipoglicemia severa e moderada ocorrem
como complicação de tratamento para diabetes mellitus com insulina e
medicamentos orais.
Endocrinologistas
geralmente consideram os seguintes critérios para comprovar se os sintomas do
indivíduo podem ser atribuídos à hipoglicemia:
1. Sintomas conhecidos como sendo causados por hipoglicemia.
2. Baixo nível de glicose no momento que os sintomas ocorrem.
3. Reversão ou melhora dos sintomas quando o nível de glicose volta ao normal.
Porém, nem todos aceitam esse critério sugerido de diagnóstico, e até o
nível de glicose baixo o suficiente para definir hipoglicemia tem sido fonte de
controvérsia. Para muito propósitos, níveis de glicose no plasma abaixo de 70
mg/dl
ou 3,9 mmol/L podem ser considerados hipoglicêmicos. Embora 70 mg/dl (3,9 mmol/l)
seja comumente citado como o limite mínimo de glicose normal, valores
diferentes podem ser definidos como baixos o suficiente para diferentes populações, propósitos ou circunstâncias. O nível preciso de glicose
considerado baixo o suficiente para definir hipoglicemia depende de: (1) método
de medição, (2) idade da pessoas, (3) presença ou falta de sintomas, e (4) o
propósito da definição.
Sinais
e sintomas da hipoglicemia
As manifestações e sintomas de hipoglicemia podem ser divididos entre aqueles
produzidos pelos hormônios (adrenalina e glucagon) ativados pela queda de
glicose, e efeitos neuroglicopênicos produzidos pelo nível de açúcar no
cérebro reduzido.
Manifestações
adrenérgicas:
* Inquietação, ansiedade, nervosismo, tremor.
* Palpitações, taquicardia.
* Transpiração, sensação de calor.
* Palidez
* Pupilas dilatadas.
Manifestações
de glucagon:
* Fome, barriga roncando.
* Náusea, vômito, desconforto abdominal.
Manifestações neuroglicopênicas:
* Julgamento prejudicado.
* Ansiedade, depressão, mal-humor, choro, medo de morrer.
* Negativismo, irritabilidade, beligerância, raiva.
* Mudança de personalidade.
* Fadiga, fraqueza, apatia, letargia, sono.
* Confusão, amnésia, tontura, delírio.
* Visão turvada ou dupla.
* Comportamento automático.
* Dificuldade de falar, pronúncia ininteligível.
* Falta de coordenação
* Déficit motor, paralisia, fraqueza muscular em um lado do corpo.
* Dor de cabeça.
* Estupor, coma, respiração anormal.
* Ataque apoplético.
Nem todas as manifestações acima ocorrem em todos os casos de hipoglicemia e
não há ordem consistente para o aparecimento dos sintomas. Manifestações
específicas variam de acordo com a idade da pessoa e severidade da hipoglicemia.
Em crianças pequenas vômito geralmente acompanha a hipoglicemia matinal com cetose.
Em crianças mais velhas e adultos a hipoglicemia moderadamente severa pode
ocasionar mania e doença mental. Em idosos a hipoglicemia pode ocasionar
efeitos de derrame localizado. Em recém-nascidos a hipoglicemia pode ocasionar
irritabilidade, dificuldade de respirar, episódios de apnéia, suor,
hipotermia, sonolência, recusa em alimentar-se. Os sintomas de um indivíduo
tendem a ser similares de um episódio para o outro.
Quase sempre a hipoglicemia forte o suficiente para provocar ataque apoplético
e inconsciência pode ser revertida sem danos aparentes para o cérebro. Casos
de morte e dano neurológico permanente devido a um único episódio geralmente
são devidos à inconsciência prolongada e sem tratamento, interferência com a
respiração, outra doença concorrente grave ou algum outro tipo de
vulnerabilidade.
Revertendo
hipoglicemia aguda
A glicose no sangue pode ser elevada ao normal em minutos com 10-20 gramas de
carboidratos tomados como bebida ou comida se a pessoa estiver consciente e
capaz de engolir. Essa quantidade de carboidratos está presente em: 100-120 ml
de suco de laranja, maçã ou uva; 120-150 ml de refrigerante comum
(não-light), uma fatia de pão ou em torno de uma porção de alimentos com
bastante amido. O amido é rapidamente digerido em glicose, mas adicionar
gordura ou proteínas retarda a digestão. Os sintomas devem começar a melhorar
dentro de 5 minutos, porém a recuperação total pode levar 10-20 minutos. Dar
muita quantidade de alimentos não acelerará a recuperação, e se a pessoa
tiver diabetes poderá ocasionar hiperglicemia posteriormente. Se a pessoa
estiver sofrendo de efeitos tão fortes de hipoglicemia que não for capaz de
ingerir nada pela boca, a glicose pode ser dada através de infusão intravenosa
ou ser dada injeção de glucagon.
Prevenção de episódios de hipoglicemia
O meio mais eficiente de prevenir hipoglicemia depende da causa. O risco de
episódios de hipoglicemia diabética pode ser reduzido ao abaixar a dose de
insulina ou outros medicamentos, ou ao ter atenção mais meticulosa ao
equilíbrio de glicose no sangue em ocasiões fora do comum como em caso de
muito exercício físico ou ingestão de álcool. Muitos dos problemas
metabólicos em recém-nascidos requerem carboidratos extra, ou evitar ou
diminuir os intervalos de jejum. Vários tratamentos são usados para hipoglicemia hiperinsulinêmica
dependendo da forma exata e severidade. Hipoglicemia devido a deficiências
hormonais geralmente cessa quando o hormônio apropriado é reposto. Casos de
hipoglicemia devidos a condições pós-cirurgicas são melhores tratados com
alteração da dieta. Hipoglicemia reativa com baixos níveis de glicose pode
ser evitada consumindo gorduras e proteínas com carboidratos, adicionando
lanches ou reduzindo a ingestão de álcool.
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