No mundo do fitness e do esporte de modo geral o que todo mundo quer logo saber é qual a intensidade do esforço que cada um deve seguir para atingir seus objetivos sem correr riscos. Na ponta da língua a maioria dos profissionais se apressa em ditar a difundida fórmula 220
- idade para identificar o esforço máximo permitido. Daí, se o indivíduo deseja emagrecer é só trabalhar numa faixa de 55 e 70% dessa máxima e se desejar ativar mais ainda o sistema cardiovascular ainda pode chegar a 85%. O problema é que essa fórmula apesar de ainda indicada pelo Colégio Americano de Medicina Esportiva, atende a maioria das pessoas de modo muitíssimo preventivo. Ou seja, se não tem outra use-a porque não vai dar problema. Em termos!
Pois bem. Pesquisadores da Universidade do Colorado concluíram em seus estudos que a fórmula 220
- idade ficou superada por dois bons motivos: Os mais jovens podem estar se exercitando além dos limites colocando em risco o músculo cardíaco. Isso considerando o máximo de 200 batimentos para 20 anos de idade. Sabe-se que atividades explosivas e intensas são mais perigosas para um coração mais jovem do que para uma pessoa de meia idade ou mesmo da terceira idade. O coração jovem possui a circulação secundária completamente ainda obstruída justamente por ser o músculo cardíaco ainda novo e forte que impede uma passagem de emergência do sangue por essa circulação no caso de um infarto. Não são raros os casos de atletas jovens vítimas de infarto fulminante enquanto que num coração mais velho a circulação secundária acaba servindo de desvio salvando a vítima.
Ao contrário, os mais velhos pela fórmula 220
- idade podem estar se exercitando aquém da real capacidade como, por exemplo, uma pessoa de 50 anos onde 170 batimentos pode ser pouco.
Os fisiologistas do Colorado, encabeçados pelos médicos Douglas Seals e Hirofumi Tanaka avaliaram mais de 18700 pessoas para sugerir uma nova fórmula publicada no Journal of the American College of Cardiology que seria multiplicar a idade por 0,7 e subtraí-la de 208. Em princípio parece não significar nada, mas pela fórmula 220
- idade uma pessoa de 70 anos poderia chegar a 150 batimentos e no novo cálculo a 159 que seria mais lógico. Quanto mais velha a pessoa mais coerência tem a nova fórmula. Uma pessoa com 80 anos teria seus valores alterados de 140 para 152 batimentos. E os mais novos? Também parece lógico, pois teriam seus valores reduzidos para 194 e não os 200 da fórmula antiga. Seis batimentos para um jovem podem significar a diferença entre a vida e a morte. Quando um coração atinge uma freqüência cardíaca tão alta pode não haver tempo suficiente para recuperação do fluxo sanguíneo entre uma batida e outra. Isso pode gerar desde a temida fibrilação ventricular que ficou conhecida por conta dos casos ocorridos com jogadores de futebol até um infarto do miocárdio que não pode ficar sem irrigação sanguínea mesmo por poucos segundos principalmente se o indivíduo já tiver algum outro problema relacionado como diabetes ou hipertensão arterial.
Esses valores passam a ficar mais defasados ainda a partir do momento em que cada indivíduo fica mais condicionado fisicamente. A freqüência cardíaca máxima passa a não ser mais atingida como antes e a de repouso a ser menor que 60 por minuto. Quanto menor mais condicionado. Atletas podem chegar de 40 a 50 por minuto. Da mesma forma um dos padrões que definem que o indivíduo está condicionado é quando ao cessar o exercício quanto mais rápido a FC volta ao normal mais condicionado. Uma queda de 20 batimentos em um minuto é considerada satisfatória enquanto atletas podem chegar a 40 ou mais.
De qualquer forma o que deve sempre prevalecer é o bom senso. Ainda assim a FC pode não ser a avaliação mais confiável de intensidade de esforço. As diversas situações de estresse do dia a dia podem interferir e o indivíduo não fazer o seu exercício de modo adequado. Nesse caso vale a escala de esforço percebido, Escala de Borg. Pergunte-se se o exercício está Fraco, Bom ou Forte. Pelo tamanho da resposta, respiração ofegante, dificuldade ou facilidade de responder, já se tem uma idéia da intensidade do esforço. Pode ser mais fiel até do que a superada equação 220-Idade. Quem a usa pode estar fazendo por puro comodismo ou estar há algum tempo sem ler bons artigos porque essa notícia não é nova.

Cartas para essa coluna:
Luiz Carlos de Moraes CREF/1 RJ 3529 - E-mail: lcmoraes@compuland.com.br
Para Refletir: Fazer um trabalho muito bem feito é muito bom, mas é pouco se a sociedade não souber o que estamos fazendo e para que. Divulgue o seu trabalho seja ela qual for. Moraes 2009.
Sobre a Ética: O sucesso não tem explicação, regras fixas e nem receita de bolo, mas sem ética, determinação, muita vontade de trabalhar errando cada vez menos ele não existe. Moraes 2009.
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