Todos
nós temos uma quantidade limitada de tempo e energia para devotar ao
treinamento. Esse tempo é valioso e precisamos usá-lo da forma mais
eficiente. Infelizmente, muitos corredores colocam grande quantidade de
temo e energia no treinamento e obtêm apenas resultados medíocres. Os
mesmo erros de treinamento para a corrida são repetidos mais e mais.
Vamos examinar quatro erros comuns no treinamento de corredores de longa
distância. Ao evitar
essas armadilhas você ajudará a otimizar a eficiência do seu
treinamento e fará melhor uso do seu tempo precioso.
#1:
Correr intervalados muito rápido
O
propósito do treinamento intervalado é elevar sua capacidade aeróbica
máxima (VO2 máximo). A melhor forma de aumentar seu VO2 máximo é
correr intervalos de forma que acumule tempo no (ou perto do) seu ritmo
atual de VO2 máximo. Para a maioria dos corredores, o ritmo do VO2
máximo é em torno daquele de uma corrida de 3 km. Treinar no ritmo de
corrida de 3km a 5km trabalhará seu sistema cardiovascular ao seu
limite, o que ajudará a elevar o volume de bombeamento do seu coração e
melhorar a habilidade dos seus músculos utilizarem oxigênio para
produzir energia aerobicamente. Se você correr os intervalos mais rápido
que isso, treinará mais os sistema de ácido láctico (anaeróbico) e
dará menos estímulo para melhorar usa capacidade aeróbica. Isso é um
erro porque para os corredores de longa distância o sistema aeróbico
provê a vasta maioria da energia utilizada.
#2:
Correr intervalos muito curtos
Como
discutido no erro número 1, para melhorar seu VO2 máximo, você precisa
acumular tempo correndo no, ou próximo do, seu ritmo atual de VO2
máximo. Porém, seu sistema aeróbico não alcança o VO2 máximo assim
que começa um intervalado. Leva até 1 minuto para que seu sistema
cardiovascular trabalhe na capacidade máxima. Desta forma, se você
correr intervalos de 400 metros ou menos, não acumulará muito tempo na
faixa de intensidade ótima. A melhor forma de acumular tempo no VO2
máximo durante o treinamento é correr intervalos de 2 a 6 minutos de
duração.
Caso
você corra 1 km de intervalo em 3:45, estará mantendo seu VO2 máximo
por sólidos 3 minutos. Em um treinamento de 8 vezes 1 km, você poderia
acumular em torno de 24 minutos no seu ritmo de VO2 máximo. Isso dá um
estímulo forte para melhorar seu VO2 máximo. Infelizmente, alguns
atletas persistem correndo intervalos curtos, talvez porque repetições
de 200m ou 400m não sejam tão difíceis mentalmente quanto manter ritmo
durante intervalos mais longos.
Um atleta recentemente justificou essas
sessões ao dizer que elas o permitem manter uma boa forma de corrida.
Isso seria bom, desde que fosse permitido parar a cada poucos metros durante
uma competição. Esses intervalos curtos podem ser de algum benefício se
o atleta usar um tempo de recuperação muito pequeno entre eles, de modo
que o consumo de oxigênio não tenha tempo de diminuir. Ainda assim, 8 x
1 km é uma melhor preparação, tanto física quanto mental, do que
20 x 400 metros.
#3:
Correr muito devagar nas corridas longas
O
termo LSD deveria significar "long steady
distance" (corrida longa contínua), e não "long slow
distance" (corrida longa lenta). Vejamos porquê.
Glicogênio
é a forma armazenada de carboidrato, e quando você fica com pouco, corre
devagar. Um objetivo importante das corridas longas é esvaziar suas
reservas de glicogênio, o que estimula seus músculos e fígado a
armazenarem mais glicogênio para evitar futuros esvaziamentos. Já que,
quanto mais rápido você corre, mais glicogênio queima, fazer as
corridas longas em um ritmo consistente é a forma mais efetiva de
esvaziar suas reservas de glicogênio (e desta forma estimular seus
músculos a armazenarem mais no futuro) do que correr devagar.
De
forma similar, corridas longas treinam seus músculos a contarem mais com gorduras e menos com
carboidratos numa dada velocidade, de modo que suas
reservas de glicogênio durem mais. Se você trotar suas corridas longas, seu corpo irá adaptar-se a queimar gordura quando estiver correndo em um
ritmo muito devagar, mas não necessariamente será treinado a aumentar a
proporção de gordura utilizada quando a velocidade se aproxima do ritmo
da competição.
#4:
Treinar muito forte nos dias de treino leve Esse
é o erro de treinamento mais comum de todos. Digamos que Alice sinta-se
muito bem nos dias agendados para serem de treino leve, e então corra
muito forte. Agora, ela está um pouco cansada para o próximo treino
duro, de modo que o treinamento não vai tão bem quanto o planejado.
Então, começa um ciclo vicioso, no qual os treinos leves são feitos muito
fortes e a qualidade dos treinos duros diminui. O resultado é
performance medíocre na corrida. É preciso disciplina para ir devagar
quando você se sente bem nos dias agendados para recuperação. Utilizar
um monitor de freqüência cardíaca é uma boa forma de
prevenir que treine muito forte nos dias leves. Mantenha seus batimentos
cardíacos abaixo de 75% da sua freqüência cardíaca máxima (ou 70% da
sua reserva da freqüência cardíaca) e deixe o seu corpo se recuperar
para permitir treinos de alta qualidade nos dias de treinamento forte.
|