Iniciativa do Governo, de fornececer contraceptivos a preços populares, coloca a educação sobre os métodos anticoncepcionais no centro das atenções.
A recente inclusão de anticoncepcionais na lista de medicamentos fornecidos pelas drogarias credenciadas ao programa Farmácia Popular do Brasil (FPB) reaquece a discussão de assuntos como planejamento familiar e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
Com a medida, o Governo garante o fornecimento de anticoncepcional injetável, pílula monofásica de baixa dosagem e minipílula com descontos de até 90% sobre os valores médios informados pelo Ministério da Saúde.
Na prática, é possível adquirir uma cartela de anticoncepcionais a R$ 0,40. "O custo acessível dá às famílias de baixa renda o direito de pensar, de fato, em planejamento familiar. Assim, o Brasil previne situações futuras mais rígidas de fiscalização da natalidade, vividas por nações nas quais há o controle severo do número de filhos", afirma Dra. Salete Rios, ginecologista da rede Amil.
Embora otimista com a iniciativa, a médica é categórica: o acesso ao contraceptivo deve ser acompanhado por campanhas educativas e orientação profissional. O uso inadequado de anticoncepcionais pode acarretar, além da própria gravidez, distúrbios hormonais, entre outros efeitos indesejados.
"A assistência é imprescindível desde a prescrição até a avaliação de possíveis efeitos colaterais no organismo da paciente", esclarece Dra. Salete. Além disso, a ginecologista destaca que o uso de anticoncepcional injetável ou de pílula não substitui o preservativo. "A camisinha deve ser usada sempre, porque atua na prevenção das DSTs - incluídas a Hepatite B e a Aids", destaca.
Quanto à chamada pílula do dia seguinte, Dra. Salete lembra que a mesma não é comercializada com desconto. "Esse método deve ser utilizado apenas em situações emergenciais, ou seja, reais exceções. Devido à alta dose hormonal, pode causar desestabilidade geral no organismo, especialmente se utilizada em excesso", alerta.
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